quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Felicidade

Tanto faz. O problema não é necessariamente não saber o que sentir, o problema é ter necessariamente que sentir. Sim, porque na verdade o que acontece é só um sei-lá-eu-o-quê, entende? Se sou feliz? Não sei dizer. Também não tenho a menor condição - e nem pretensão - de saber se fui feliz. Mais do que isso: não tenho a menor ideia do que seja felicidade. Bom era quando era pequeno, que felicidade era quando minha mãe voltava do trabalho me trazendo um chocolate. Hoje em dia, não sei.

Porque depois disso veio a vida, vieram as pessoas que passaram por ela... E o dia a dia nunca é tão ameno nem visceral quanto descrito nos poemas e livros que eu mais gostava. Na verdade, a vida é insossa. O que não quer dizer que seja ruim, longe disso! Só falta nela essa alguma coisa que sei lá eu o que é, mas que meu estômago e fígado já deixaram claro: não é cachaça, meu velho.

Só sei que sempre foi assim: a felicidade sempre esteve logo ali, mas nunca aqui. Bom mesmo vai ser quando eu tiver dezoito anos! Merda nenhuma, fiz dezoito e nada mudou. Bom mesmo vai ser quando eu entrar na faculdade! Mentira, as coisas só continuaram igualmente confusas e conturbadas... Depois a esperança foi o estágio, a viagem, o intercâmbio, a formatura, o emprego, o salário, o bônus... Merda nenhuma. Sem perceber fiz da minha vida um eterno dezembro a esperar que janeiro chegue - mas ele não chega nunca! E se chegar, sei que vou mudar os planos e concentrar todas as minhas forças e esperanças em fevereiro, onde a felicidade estará me esperando de sorriso amarelo no rosto e com os bracinhos felizes e abertos.

Porra nenhuma. A vida é agora. A felicidade é só um estado de espírito. Quero que se foda o futuro próximo. A vida é hoje.