terça-feira, 21 de abril de 2009

SP, Brasil, Vida...

Trabalho em uma região dita nobre aqui de São Paulo. Metro quadrado caro, trânsito, carência de transporte público e abundância de estacionamentos. O Brasil é uma beleza! Levo exatos 22 minutos para ir até o meu trabalho de carro, mas suadas 1h15min quando vou de metrô+ônibus. E o que leio nos jornais nos últimos dias? O Governo reduziu o IPI sobre automóveis! Maravilha minha gente, vamos lá! Rumo à cifra de um carro por habitante. E depois, enfiem no cu seus carros, porque não haverá nem lugar pra eles no trânsito nem vagas em garagens...

Não tenho carro. Uso, quando preciso, o carro da família, que serve todo mundo da casa. Sou dia após dia forçado pelas circunstâncias a comprar um carro. Tenho um trabalho bacana, relativamente bem remunerado, e simplesmente não há transporte público eficiente para me fazer superar todos os dias os 8,6km que separam minha casa do escritório. Mas eu me recuso. Não vou ser mais um casulo de lata ambulante com uma única pessoa dentro, disputando cada palmo do já inexistente espaço das ruas paulistanas. Me recuso a lançar toneladas de CO2 a mais na atmosfera pra ir sozinho ao trabalho dentro de um carro onde caberiam 5 pessoas. Sem chance, no way, aucune possibilité. Pensei em comprar uma moto, mas de pronto minha família se opôs com veemência. Tá certo, não tiro a razão deles. Andar de moto nessa loucura que é o trânsito paulistano é insentatez descabida.

Resumo da ópera, a cada dia que passa, centenas de carros são incorporados à frota paulistana. Não acredito que demore muito para que a situação torne-se insuportável. É uma questão de física, não há espaço físico para todo mundo! A solução é simples e óbvia: transporte público. Mas o transporte público em São Paulo é sofrível, ridículo. Poucos são os corredores exclusivos de ônibus e fica evidente que o carro ainda é prioridade no trânsito. Soma-se a isso a cultura cabocla-classe-média-obtusa brasileira, em que andar de ônibus é coisa de pobre. "EU? Fulano de tal tal e tal, dentro de um... ônibus!? Nem morto! Credo!". A gente vai levando, um dia eu surto e me mudo pra bem longe da civilização...

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